quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Persistir no Erro



Tenho um companheiro. Ele de fato não é o Muso, era pra ele ser o homem da minha vida, era pra ele ser meu porto seguro, era pra ele ser o meu protetor, era pra ele ser meu muso eterno. Infelizmente ele não é. Nosso encontro foi turbulentro e atribulado desde o início, os sinais de que talvez nunca dê certo - pois ainda estamos juntos - SEMPRE estiveram na cara, estapados, na minha e na dele. SEMPRE.

Tudo começou errado. Ele namorava há anos e era sócio da ex, eu estava começando a crescer e a cuidar da minha vida, eu namorava só pra falar que tinha um namorado. A ex dele, antes de ser ex, era sua melhor amiga e sempre foi. Coisa que ele me joga na cara até hoje. Joga na cara é modo de dizer, ele "deixa bem claro". O meu ex é passado e quando terminou, pra mim, morreu. Nunca mais mantive contato. Ele, ao contrario de mim, sempre teve contato com ela, mesmo escondido, pelas minhas costas.

Eu sempre fui e sou muito sincera e verdadeira, sempre falei como me sentia, como eu achava que deveria ser, enquanto ele fingia descaradamente e mentia. O problema é que eu sinto cheiro de mentira, e eu busco a verdade, e ele nunca esperou por isso. Eu encontrei a verdade e esfreguei na cara dele. Ele pediu perdão, disse que ia mudar, começou fazer terapia e me pediu mais uma chance. Eu não tenho um bom coração, mas eu dei a chance que ele pediu, por diversas vezes.

Eu não tenho como afirmar que ele de fato me traiu, no sentido biblico da palavra, mas eu tambem não ponho a minha mão no fogo por ele. Traição virtual, mentiras, isso é traição? Não sei, o assunto é polêmico e as opiniões são divididas, e eu estou em cima do muro, tendendo mais para sim do que não. Já discutimos muito este assunto e eu prometi colocar uma pedra sobre isso. Ele, prometeu que nada mais aconteceria de novo. E, por diversas vezes, eu continuo a acreditar.

Quando eu tive coragem, quando eu bati no peito e falei "Eu posso e quero viver sem você", eu olhei nos olhos dele, eu ouvi conselhos que se fossem bons, seriam vendidos em joalherias. Eu abri meu coração para ele mais uma vez e fraquejei. Eu acreditei quando os outros disseram que se fosse outro, não me aguentaria. Eu me transformei, me tornei uma pessoa menos feliz, mais amarga, e continuo até hoje empurrando a minha vida com a barriga. E até isso, até a minha barriga, que era linda, curvilínea, se tornou uma perfeita circunferencia. Foi alí, naquele momento, que eu joguei o meu amor próprio no fundo de um baú e tranquei com um cadeado e joguei o baú no mar.

Já tentei recuperar meu amor próprio, ano passado cheguei muito perto de conseguir mas desde este fato, a vida parece que vem toda torta para eu percorrer. Em algum momento eu esqueci de continuar buscando meu amor próprio e voltei ao zero outra vez. Não vou dizer que a vida ao lado do companheiro é um mar de lama, pois conviver com ele tem sim suas coisas boas, muitas. Mas a parte que remete ao amor, àquela paixão que antes havia, por mais que eu tente recuperar, minhas mãos não alcançam. Por mais que eu queira, hoje nosso relacionamento é de plástico, artifical, sem cheiro, sem vida.

Eu não sei até quando vou persistir nesse erro. Acredito que se não for com o Muso, com qualquer outro vai ser sempre a mesma coisa. Sei que a mudança depende de mim, mas eu não quero mais viver de mentiras. Isso dói, isso atrapalha, isso faz perder muito tempo. Mas eu não sei pra que lado eu devo dar o primeiro passo, estou procurando no escuro a lanterna que antes eu tinha em mãos. Eu me perdi outra vez, mas sinto que não posso mais ficar parada deixando tudo passar. Meu primeiro passo está próximo, eu só preciso do vento para me guiar. Assim que ele soprar, eu me movo para a direção certa e abandono essa vida de erros de uma vez.

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